quarta-feira, 16 de julho de 2014

Guerra nas estrelas: Uma Nova Esperança – George Lucas e Alan Dean Foster (Parte 8)


Solo verificava as leituras dos indicadores. De vez em quando passava uma pequena máquina pelos vários sensores, examinava os resultados e sorria de satisfação.



— Não precisam mais preocupar-se com nossos amigos do Império — disse para Luke e Ben. — Nunca mais nos conseguirão encontrar. Não disse que os despistaria?

Kenobi não deu sinal de ter ouvido o piloto. Estava ocupado explicando alguma coisa a Luke.

— Dispenso os agradecimentos efusivos — resmungou Solo, levemente aborrecido. — Seja como for, o computador de navegação calcula que vamos entrar em órbita em torno de Alderaan, às duas em ponto. Acho que depois desta aventura, vou ter que registrar a nave com outro nome.

Continuou a verificar os instrumentos, passando em frente de pequena mesa circular. O tampo da mesa era coberto por pequenos quadrados iluminados por baixo. De cada lado da mesa havia um terminal de computador. Pequenas figuras tridimensionais ocupavam o espaço acima de alguns dos quadrados.
Chewbacca estava sentado diante de um dos terminais, o queixo apoiado em uma das patas. Os grandes olhos brilhavam; os bigodes estavam encurvados para cima. Parecia muito satisfeito consigo mesmo.
Isto é, parecia satisfeito até R2-D2 apertar um botão do outro terminal com um dos seus dedos metálicos. Uma das figuras se deslocou no tabuleiro até ocupar outro quadrado.
Uma expressão de espanto cruzou o rosto do wookie assim que ele viu a nova configuração, transformando-se rapidamente em uma careta de raiva. Debruçando-se na mesa, despejou uma torrente de xingamentos sobre o inofensivo robô. R2-D2 conseguiu apenas soltar um tímido assovio, mas C-3PO logo intercedeu em defesa do companheiro e começou a discutir -com o temível antropóide.



— O lance dele foi legal. Não adianta ficar nervoso.

Atraído pelo tumulto, Solo olhou por cima do ombro e franziu a testa.

— Façam a vontade dele. Seu amigo está com a partida ganha. Não é saudável discutir com um wookie.

— Entendo seu ponto de vista — objetou C-3PO — mas o que está em jogo aqui é um princípio. Existem certos princípios que toda criatura inteligente tem o dever de respeitar.Quem abre mão de qualquer deles, seja por que motivo for, inclusive por intimidação, perde o direito de ser chamado de racional.

— Espero que continue pensando assim — preveniu Solo — enquanto Chewbacca estiver arrancando os braços de vocês dois.




— Por outro lado — continuou C-3PO, imperturbável — tirar proveito de alguém que se encontra em posição de desvantagem é falta de espírito esportivo.

A última afirmação provocou um silvo indignado de R2-D2, e os dois robôs se empenharam em uma violenta discussão eletrônica. Chewbacca continuava a rosnar para os dois, e a fazer gestos ameaçadores, enquanto as peças translúcidas aguardavam pacientemente no tabuleiro.

Enquanto isso, Luke estava de pé no meio do compartimento de carga, segurando um sabre de luz sobre a cabeça, em posição, de tiro. A arma antiga emitia um leve zumbido. Ben Kenobi acompanhava atentamente os movimentos do rapaz. Solo assistia à cena, impassível.

— Não, Luke, seus movimentos devem ser contínuos, fluentes... Lembre-se de que a força é onipresente. A força envolve todo o corpo. Um Cavaleiro de Jedi pode sentir a força como uma entidade real.

— Então é um campo de energia? — quis saber Luke.

— É um campo de energia e muito mais — respondeu Kenobi, em tom quase místico. — Uma aura que ao mesmo tempo controla e obedece. É um nada que pode realizar milagres. — Ficou pensativo por um momento. — Ninguém, nem mesmo os cientistas de Jedi, jamais foi capaz de definir a força de forma satisfatória. Talvez nunca seja definida. Às vezes me parece que existe mais magia do que ciência nas explicações da força. Mas o que é a magia, se não o uso prático de fenômenos que não sabemos explicar cientificamente? Agora, vamos tentar de novo.

O Velho estava segurando uma esfera metálica do tamanho de um punho cerrado. Era coberta de finas antenas, algumas tão delicadas como as de um inseto. Atirou-a na direção de Luke. A esfera parou a dois metros do rosto do rapaz.
 

Luke preparou-se para o ataque enquanto a bola circulava lentamente em torno dele. Luke girava o corpo para acompanhar o movimento da bola. De repente, a esfera deu um salto para a frente e imobilizou-se depois de ter percorrido cerca de um me-r Luke se manteve atento e a esfera voltou a recuar.
Procurando evitar os sensores dianteiros da bola, Luke deu um passo para o lado e apontou o sabre de luz. Mas a esfera avançou subitamente, apanhando-o pela retaguarda. Um fino feixe t luz vermelha saiu de uma das antenas, atingindo Luke na parte traseira da coxa e jogando-o ao convés antes que o rapaz tivesse tempo de virar-se de frente para a bola.

Esfregando a perna anestesiada, Luke procurou ignorar a sonora gargalhada de Solo.



— Religiões e armas arcaicas nunca substituirão uma boa pistola desintegradora — disse o piloto.

— Você não acredita na força? — perguntou Luke, pondo- se de pé. Os efeitos do raio passavam rapidamente.

— Já estive nos quatro cantos da galáxia — observou convencido o piloto  — e vi muitas coisas estranhas. Não duvido de que exista alguma coisa como esta "força". Mas não acredito que seja capaz de controlar minhas ações. Quem decide meu futuro sou eu, e não um campo de energia quase místico. — Apontou para Kenobi. — Se fosse você, não o levaria tão a sério. É um velho esperto, cheio de truques e artimanhas. Talvez esteja simplesmente usando você para conseguir o que quer.

Kenobi limitou-se a sorrir de leve. Depois, voltou-se para Luke.

— Vamos tentar de novo, Luke. Você precisa evitar os movimentos voluntários. Procure não pensar em nada concreto. Deixe a mente divagar; só assim poderá usar a força. Suas ações não podem ser planejadas, têm de ser instintivas. Pare de pensar, deixe a mente divagar... livre... livre...

A voz do velho se reduzira a um sussurro hipnótico.
Quando parou de falar, a esfera saltou novamente na direção de Luke. O rapaz nem viu a bola; parecia em transe. Mas de repente girou o corpo com incrível rapidez, apertando ao mesmo tempo um dos botões da arma. O raio vermelho emitido pela esfera passou ao largo e a esfera bateu com força no convés, rolou um pouco e ficou imóvel.

Piscando os olhos como se tivesse cochilado, Luke olhou surpreso para a bola inerte.



— Está vendo? Capacidade não lhe falta — disse Kenobi. — Agora, precisa aprender a admitir a força quando quiser, para que possa aprender a controlá-la conscientemente.

Kenobi apanhou um grande capacete dentro de um armário e enfiou-o na cabeça de Luke, cobrindo-lhe totalmente os olhos.

— Não estou vendo nada — murmurou Luke, dando meia-volta e obrigando Kenobi a recuar para manter-se fora do alcance da perigosa arma. — Como vou lutar?

— Use a força — explicou o Velho Ben. — Você não "viu" a esfera desta vez, e mesmo assim conseguiu esquivar-se. Procure lembrar-se da sensação.

— Não posso — protestou Luke. — A esfera vai-me atingir de novo.

— Não se você confiar em você mesmo — insistiu Kenobi. — É a única maneira de ter certeza de que está usando apenas a força.



Notando que o cético piloto se aproximara para observar, Kenobi hesitou por um momento. Não era bom para Luke ter que ouvir a gargalhada sarcástica do coreliano cada vez que cometia um erro. Mas também não adiantava mimar o rapaz. E não tinham muito tempo. O negócio é jogá-lo no fogo e rezar para que não se queime, pensou Ben consigo mesmo.
O velho abaixou-se e apertou um botão na esfera metálica. Em seguida, jogou-a para o alto. A bola começou a descrever um arco que passaria sobre a cabeça de Luke. 
O rapaz levantou o sabre de luz e apertou o gatilho. Errou. A minúscula antena brilhou de novo. Desta vez, o raio vermelho atingiu Luke no traseiro. Luke soltou um grito de dor e girou o corpo, tentando acertar no inimigo invisível.

— Mantenha a calma! — aconselhou o Velho Ben. — Liberte-se dos sentidos. Você está tentando usar os olhos e os ouvidos. Pare de pensar e use o resto de sua mente.

De repente, o rapaz deixou de se debater e ficou parado, balançando ligeiramente o corpo. A esfera mergulhou de novo. O raio branco-azulado atingiu a bola em cheio, fazendo-a mudar de trajetória. Desta vez, ela não caiu. Recuou três metros e ficou parada no ar.
Luke levantou o capacete devagar. O rosto estava coberto de suor.

— Consegui?

— Eu disse que você era capaz! — exclamou Kenobi, exultante. — Confie na força, e não
haverá nada capaz de detê-lo. Sempre achei que você parecia muito com seu pai.

— Pois acho que foi pura sorte — resmungou Solo, continuando a verificar os instrumentos.

— A sorte não existe, meu amigo — disse Kenobi. — Apenas uma combinação de circunstâncias favoráveis, conseguida à custa de nosso esforço.

— Pode ser — replicou o coreliano. — Mas uma coisa é lutar contra uma máquina, outra é combater um ser vivo e pensante.

Enquanto ralava, uma lâmpada começou a piscar em um painel de instrumentos.

Chewbacca viu a luz e avisou a Solo. O piloto olhou para o painel e disse aos passageiros:

— Estamos chegando a Alderaan. Daqui a pouco sairemos do hiperespaço. Vamos, Chewie.

Levantando-se da mesa de jogo, o wookie seguiu o chefe até a sala de controle. Luke havia ouvido as palavras de Solo, mas não estava pensando na chegada a Alderaan. Alguma  coisa estava tomando conta de seu cérebro, alguma coisa que parecia ficar maior e mais madura a cada instante que passava.

— Você sabe — murmurou — tive a impressão de que estava "vendo" o contorno da esfera no momento em que ela atacou.

A resposta de Kenobi foi solene:

— Luke, você acaba de dar o primeiro passo para entrar em um universo maior.

Os zumbidos de dezenas de instrumentos faziam a sala de controle do cargueiro parecer uma colméia. No momento, Solo e Chewbacca estavam com a atenção concentrada no mais importante desses instrumentos.

— Assim, assim... prepare-se, Chewie. — Solo ajustou várias alavancas. — Tudo pronto para o salto... atenção... agora!

O antropóide apertou um botão no painel. Ao mesmo tempo, Solo puxou uma alavanca.
De repente, as compridas faixas de luz das estrelas se transformaram em ovais, que aos poucos foram mudando de forma até se reduzirem a pontos de luz. Um medidor do painel indicou zero.
Imensas pedras incandescentes surgiram do nada, chocando-se com força com os defletores da nave. Os impatos fizeram o Millennium Falcon estremecer violentamente.



— O que foi isso? — exclamou o piloto, atônito.

Chewbacca não fez comentários; limitou-se a ligar alguns controles e desligar outros.
Apenas o fato de que o experiente Solo sempre saía do hiperespaço com os defletores ligados — para o caso de haver algum inimigo à espera — havia evitado que o cargueiro fosse destruído instantaneamente.
Luke apareceu na porta da sala de controle.

— O que aconteceu?

— Estamos de volta ao espaço normal — informou Solo. — Acontece que saímos justamente no meio da maior tempestade de asteróides que eu já vi. E não aparece nos mapas. — Olhou para os indicadores. — De acordo com o atlas, nossa posição está correta. Só falta uma coisa: Alderaan.

— Mas é impossível!

— Não vou discutir com você — replicou o coreliano, com uma careta. — Veja por você mesmo. — Apontou para a vigia.




— Verifiquei as coordenadas três vezes, e o computador de bordo está funcionando perfeitamente. Devíamos estar a um diâmetro planetário da superfície. A essa distância, o brilho do planeta estaria enchendo a cabina. No entanto, não há nada lá fora. Nada, a não ser asteróides. — Fez uma pausa. — Sabe de uma coisa? Acho que não são asteróides. São os destroços de Alderaan. O planeta foi destruído. Inteiramente.

— Destruído — sussurrou Luke, esmagado pela imensidade do desastre. — Mas como?

— Foi o Império — declarou Ben com convicção, aparecendo por trás do rapaz.

— Não pode ser. — Solo estava sacudindo a cabeça lentamente. Até ele estava impressionado com a enormidade do que o velho dissera. Que um grupo de homens tinha sido responsável pela aniquilação de todos os seres vivos de um planeta, pela destruição do próprio planeta... — Não é possível. Nem mesmo toda a frota do Império teria poder para isso.

— Acho que não devemos ficar aqui — murmurou Luke, olhando pela vigia. — Se por acaso foi mesmo o Império...

— Não sei o que aconteceu — interrompeu Solo, zangado.

— Mas de uma coisa estou certo. Não foi o Império que...

Uma campainha começou a tocar no painel de controle. Solo olhou para o instrumento.

— Outra nave — anunciou. — Ainda não sei o tipo.

— Talvez seja um sobrevivente... alguém que nos possa contar o que aconteceu — aventurou Luke, esperançoso.

Mas Ben se encarregou de desapontá-lo.

— É um caça do Império.

De repente, Chewbacca deu um rugido de raiva. Uma bola de fogo explodiu lá fora, fazendo estremecer a nave. Uma pequena esfera com duas asas passou pela vigia.

— Eles nos seguiram! — gritou Luke.

— Desde Tatooine? Impossível — protestou Solo. — Estivemos no hiperespaço, lembra-se?

Kenobi estava examinando a imagem na tela.

— Tem razão, Han. É um caça tipo Tie, de curto alcance.

— Mas de onde veio? — quis saber o coreliano. — Não existe nenhuma base do Império nesta região.

— Mas você o viu passar.

— Eu sei. Parecia um caça Tie... mas e a base?

— Está indo cada vez mais depressa — observou Luke, olhando para a tela. — Na certa vai contar aos outros onde estamos.

— Não se eu puder evitar — declarou Solo. — Chewie, interfira com as transmissões daquela nave. Vamos atrás dela.

— Acho que é perda de tempo — interveio Kenobi. — Já está fora de nosso alcance.

— Não por muito tempo.

Durante vários minutos, todos permaneceram calados, com os olhos grudados na tela.
A princípio, o caça do Império tentou uma complexa manobra evasiva, sem resultado.
O cargueiro, revelando uma agilidade surpreendente, não o deixou escapar. A distância começou a diminuir rapidamente. Vendo que não conseguia despistar os perseguidores, o piloto do caça acelerou ao máximo. Chewbacca fez o mesmo com o cargueiro.

À frente das duas naves, o brilho de uma pequena estrela começou a ficar cada vez mais forte. Luke franziu a testa. Estavam indo depressa, mas não o suficiente para que uma estrela mudasse perceptivelmente de brilho. Alguma coisa não fazia sentido.



— Um caça tão pequeno não se aventuraria sozinho neste canto da galáxia — comentou Solo.

— Talvez fizesse parte de um comboio ou coisa parecida — tentou explicar Luke.

— Seja como for, não vai contar a ninguém a nosso respeito — disse Solo. — Vamos alcançá-lo em um minuto ou dois.

O objeto celeste à frente começou a assumir uma forma circular.

— Está indo para aquela pequena lua — murmurou Luke.

— O Império deve ter construído uma base lá — admitiu Solo. — O problema é que, de acordo com o atlas, Alderaan não tem luas. — Deu de ombros. — Nunca me interessei muito por topografia galáctica. Só quero saber dos planetas e satélites habitados por clientes em perspectiva. Mas acho que posso alcançá-lo a tempo.

A lua estava cada vez mais próxima. Já era possível distinguir as crateras e montanhas.
Mas havia alguma coisa de estranho. As crateras eram regulares, as montanhas verticais, os vales simétricos. Aquela paisagem não havia sido formada pelas forças caprichosas da Natureza.

— Não é uma lua — murmurou Kenobi. — É uma estação espacial.

— Mas é grande demais para ser uma estação espacial! — objetou Solo. — Vejam como é grande! Não pode ser artificial... não pode ser!

— Estou achando tudo isso muito estranho — foi o comentário de Luke.

De repente, Kenobi perdeu sua fleuma habitual e gritou: — Dê meia-volta! Vamos dar o fora daqui!

— É, acho que tem razão, amigo. Chewie, vamos voltar.

O wookie mexeu nos controles e o cargueiro começou a descrever uma curva suave. O pequeno caça continuou rumando em linha reta para a gigantesca estação espacial até desaparecer em seu interior.
Chewbacca disse alguma coisa para Solo no momento em que a nave começou a tremer.

— Ligue os motores auxiliares! — ordenou o capitão.

Um por um, os instrumentos de bordo deixaram de funcionar. Por mais que tentasse, Solo não conseguia evitar que o vulto^ da estação se tornasse cada vez maior, até ocupar toda a vigia.
Luke olhou fascinado para os edifícios do tamanho de montanhas, para as antenas parabólicas maiores do que as de Mos Eisley.




— Por que não nos estamos afastando? — perguntou o rapaz.

— Tarde demais — sussurrou Kenobi. Um olhar para Solo confirmou-lhe as suspeitas.

— Fomos pegos por um raio de tração, o mais forte que já vi. Está-nos puxando — murmurou o piloto.

— E não há nada que a gente possa fazer? — perguntou Luke, assustado.

Solo olhou para os indicadores que ainda funcionavam e sacudiu a cabeça.

— Absolutamente nada. Estou dando tudo que posso, garoto, e não faz a menor diferença. Não adianta. Vou ter que desligar para não fundir os motores. Mas eles não me pegarão sem luta!

Fez menção de levantar-se, mas foi contido por Kenobi.
A expressão do velho era de preocupação, mas não de desespero.

— Seria uma luta inglória. Existem outras alternativas, meu rapaz...

Agora que estavam tão próximos, podiam avaliar o tamanho gigantesco da estação espacial. No equador da estação havia um anel de montanhas artificiais, píeres que se projetavam mais de dois quilômetros acima da superfície.



Reduzido a um pontinho minúsculo em comparação com a estação, a Millennium Falcon foi sugada e finalmente engolida e desapareceu como se nunca tivesse existido.




Enquanto Tarkin e o Almirante Motti conversavam a um canto, Vader ficou olhando para o mapa da sala de conferências, para os milhares e milhares de estrelas que mostrava. Era curioso que o uso da mais poderosa máquina de destruição jamais construída não tivesse deixado nenhum sinal naquele mapa, que representava apenas um pequeno setor de uma das zonas de uma galáxia de tamanho médio.
Seria preciso ampliar milhares de vezes uma pequena região do mapa para que se pudesse notar a ausência de Alderaan. Alderaan, com suas cidades, fazendas, fábricas... e traidores, lembrou-se Vader.
A despeito de todos os progressos da ciência da aniquilação, os atos do Homem continuavam a ser irrelevantes para um universo tão vasto que nenhuma palavra seria capaz de descrever sua imensidão. Mas se os planos de Vader se concretizassem, isso iria mudar.
O Lorde Negro sabia muito bem que, apesar de serem inteligentes e ambiciosos, os dois homens que continuavam a tagarelar no canto da sala jamais poderiam compreendê-lo. Tarkin e Motti eram talentosos, mas seus horizontes eram horizontes humanos, mesquinhos. Era uma pena, pensou Vader.
Mas afinal, nenhum dos dois era um Lorde Negro. No momento eram úteis, mas um dia teriam que sofrer o mesmo destino que Alderaan. Por enquanto, não podia dar-se ao luxo de ignorá-los. E embora tivesse preferido a companhia de iguais, era preciso reconhecer que não dispunha de iguais. Por isso, aproximou-se deles e introduziu-se na conversa.



— Apesar das negativas do Senado, os sistemas de defesa de Alderaan eram bastante sofisticados. Isto valorizou ainda mais nossa pequena demonstração.

Tarkin voltou-se para ele, assentindo.

— Neste exato momento, o Senado está sendo informado do que ocorreu. Em breve, poderemos anunciar a rendição total dos rebeldes, depois que sua base principal for aniquilada. Agora que eliminamos sua fonte principal de munições, Alderaan, todos os outros sistemas simpatizantes se recusarão a ajudá-los. Você verá.

Tarkin voltou-se quando um oficial do Império entrou na aposento.

— Sim, o que foi, Cass?

O infeliz oficial tinha a expressão do rato que foi escolhido para colocar o sino no pescoço do gato.

— Governador, os batedores chegaram a Dantooine e circunavegaram o planeta. Encontraram os restos de uma base rebelde calculam que está abandonada há vários anos. No momento estão investigando o resto do sistema.

O rosto de Tarkin ficou rubro.

— Ela mentiu! Mentiu para nós!

Era impossível ter certeza, mas Vader dava a impressão de estar sorrindo por detrás da máscara.

— Então estamos empatados na primeira troca de a verdades. Eu disse a você que Organa nunca trairia a revolução... a não ser que pensasse que sua confissão ajudaria de alguma forma a nos destruir.

— Executem-na imediatamente! — O Governador mal conseguiu pronunciar as palavras.

— Tenha calma, Tarkin — aconselhou Vader. — Você abriria mão de nossa única ligação com a verdadeira base dos rebeldes? Ainda podemos usá-la.

— Como assim? Foi você mesmo que disse, Vader: Organa nunca nos contará nada de útil. Mas hei de encontrar aquela base, nem que para isso tenha que destruir todos os sistemas deste setor. Hei de...

Um alarme o interrompeu.

— Sim, o que é? — perguntou, irritado.


Uma voz falou pelo alto-falante: — Senhor, capturamos um pequeno cargueiro que estava vagando entre os destroços de Alderaan. Uma verificação de rotina mostrou que a descrição corresponde à da nave que conseguiu furar o bloqueio em Mos Eisley, sistema de Tatooine, e entrou no hiperespaço antes que as naves do Império a alcançassem.

Tarkin parecia intrigado.

— Mos Eisley? Tatooine? De que está falando? Oque quer dizer isso, Vader?

— Quer dizer, meu caro Tarkin, que acabamos de resolver o último problema que falava. Alguém aparentemente recebeu a mensagem, descobriu que tinham sido enviadas pela senadora e estava tentando devolvê-las. Só nos resta facilitar o feliz encontro.

Tarkin começou a dizer alguma coisa, mudou de idéia e deu um sorriso cínico.

— Tem razão. Deixo o caso em suas mãos, Vader.

O Lorde Negro fez uma leve mesura a que Tarkin respondeu com uma continência. Então voltou-se e saiu do recinto, deixando Motti a olhar perplexo de um para o outro.





O cargueiro estava parado no meio de um gigantesco hangar.
Trinta soldados do Império vigiavam a rampa de acesso. Todos se colocaram em posição de sentido quando Vader se aproximou, acompanhado por um comandante. O Lorde Negro parou na base da rampa, onde foi atendido por um oficial.



— Como não respondiam aos nossos sinais, ativamos a rampa por controle remoto. Ainda não nos conseguimos comunicar com as pessoas que estão a bordo — declarou o oficial.

— Então mande seus homens entrarem — ordenou Vader.

O oficial transmitiu a ordem a um sargento, que mandou os soldados iniciarem a operação. Um grupo de soldados fortemente armados subiu a rampa e entrou no cargueiro, avançando com considerável
cautela. Uma vez dentro da nave, um soldado se adiantava enquanto dois outros o cobriam.
Movendo-se em grupos de três, eles se espalharam rapidamente pela nave. Todas as portas foram abertas, todos os corredores vasculhados.

— Está vazio — murmurou finalmente o sargento, surpreso. — Verifiquem a sala de controle.

Um grupo de soldados se encaminhou para o nariz da nave, apenas para descobrir que o assento do piloto estava tão vazio quanto o resto do cargueiro. Os controles estavam em ponto morto, todos os sistemas estavam desligados. Uma única luz piscava no painel.
O sargento se aproximou, reconheceu a origem da luz e acionou os controles apropriados. Imediatamente, uma página escrita apareceu em uma tela próxima. O sargento leu com atenção o que estava escrito e foi transmitir a informação ao oficial, que esperava do lado de fora da escotilha principal. O oficial ouviu atentamente antes de dirigir-se a Vader e ao comandante, que ainda estavam na base da rampa.

— Não há ninguém a bordo. A nave está deserta. De acordo com o diário de bordo, a tripulação abandonou o cargueiro imediatamente após a decolagem, depois de inserir as coordenadas de Alderaan no piloto automático.




— Queriam despistar-nos — declarou o comandante em voz alta. — Então ainda devem estar em Tatooine!

— Possivelmente — admitiu Vader, com relutância.

— Algumas das naves de salvamento estão faltando — prosseguiu o oficial.

— Encontraram a bordo algum andróide? — perguntou Vader.

— Não senhor. Se havia algum, deve ter abandonado a nave junto com a tripulação orgânica.

Vader hesitou antes de prosseguir. Quando o fez, foi com visível preocupação.

— Ainda não estou convencido. Mande um grupo completo de busca examinar cada centímetro quadrado da nave. É urgente.

Com isso, o Lorde Negro virou-se e saiu do hangar, perseguido pela desagradável sensação de que se estava esquecendo de alguma coisa muito importante.
Os soldados começaram a descer rampa.

A bordo do cargueiro, uma figura solitária parou de examinar o espaço entre os painéis da sala de controle e correu para juntar-se aos companheiros. Estava ansioso para sair daquela nave fantasma e voltar ao ambiente familiar dos alojamentos.
Os pesados passos do soldado ecoaram pelos corredores vazios do cargueiro.
Lá fora, o oficial deu as últimas ordens e afastou-se. O interior da nave ficou em completo silêncio.
O único movimento a bordo era o leve tremor de uma placa do piso.
De repente, a placa saiu do lugar e duas cabeças apareceram. Han Solo e Luke olharam rapidamente em volta e tranquilizaram-se ao constatar que a nave estava realmente vazia.

— Ainda bem que você instalou estes compartimentos — comentou Luke.

Solo não parecia tão confiante quanto o rapaz.

— Onde acha que eu guardava o contrabando? No compartimento de carga? Mas confesso que nunca pensei em usá-los pessoalmente.

O capitão ouviu um ruído súbito e teve um sobressalto, mas era apenas o movimento de outra placa no piso.

— Isto é ridículo. Não vai dar certo. Mesmo que eu consiga decolar e passar pela porta do hangar — apontou para cima com o polegar — nunca escaparemos daquele raio de tração.

A outra placa deslizou para o lado, revelando o rosto de um velho.


— Pode deixar comigo.

— Sabia que você ia dizer isso — murmurou Solo. — Você é mesmo um tolo.

Kenobi riu para ele.

— E quem se deixa contratar por um tolo, o que é?

Solo resmungou uma resposta incompreensível. Todos saíram dos esconderijos, Chewbacca com uma certa dificuldade.

Dois técnicos tinham chegado à base da rampa. Foram falar com os dois soldados que vigiavam o cargueiro.

— A nave é toda de vocês — disse um dos soldados. — Se os sensores apanharem alguma coisa, comuniquem imediatamente.

Os homens assentiram e subiram a rampa com o pesado equipamento. Assim que desapareceram no interior da nave, os soldados ouviram um estrondo. Então uma voz gritou:— Ei, vocês dois aí em baixo, será que nos podem dar uma mãozinha?

Um dos soldados olhou para o companheiro, que deu de ombros. Começaram a subir a rampa, xingando a falta de competência dos técnicos. Quando entraram na nave, houve outro estrondo, mas desta vez não havia ninguém para ouvir.
Entretanto, pouco depois a ausência dos guardas foi notada. Um oficial subalterno passava pela janela de um pequeno posto de guarda perto do cargueiro e olhou para fora, franzindo a testa ao não ver sinal dos soldados. Preocupado, mas ainda não alarmado, dirigiu-se a um comunicador e começou a falar, ainda olhando pela janela.

— THX-1138, por que não está no seu posto? THX-1138, está-me ouvindo?

Não houve resposta.

— THX-1138, por que não responde?

O oficial estava quase entrando em pânico quando um homem uniformizado apareceu na rampa e acenou para ele. Apontando para o lado direito do capacete, indicou que o fone interno não estava funcionando. 


Sacudindo a cabeça em sinal de reprovação, o oficial encaminhou-se para a porta,
dizendo para o assistente: — Assuma o comando. Estamos com outro transmissor pifado. Vou ver o que posso fazer.

Abriu a porta, deu um passo... e recuou, em estado de choque.
Toda a abertura da porta estava ocupada por um gigantesco animal peludo. Chewbacca inclinou-se para dentro da saia e esmagou o crânio do infeliz oficial com um punho do tamanho de uma bola de boliche.
O assistente já estava de pé com a mão no coldre quando um fino feixe de energia o varou, perfurando-lhe o coração. Solo levantou o visor do capacete que estava usando, tornou a baixá-lo e entrou na sala atrás do wookie. Kenobi e os andróides. o seguiram. Luke, que estava usando o uniforme do soldado do Império, foi o último a entrar.


Luke olhou nervosamente para fora antes de fechar a porta.

— Com ele uivando e você atirando em tudo que vê, é um milagre que toda a base ainda não saiba que estamos aqui.
 

— Deixe-os vir — disse Solo, aparentemente empolgado pelo sucesso inicial. — Prefiro uma boa briga a ficar-me escondendo.

— Talvez você esteja cansado de viver — replicou Luke — mas eu não. Se ainda estamos vivos, é porque até agora não nos expusemos desnecessariamente.

O coreliano olhou para Luke de cara feia, mas não disse nada.

Com a facilidade e confiança de quem está acostumado a lidar com máquinas complicadas, Kenobi começou a manipular os controles de um painel de computador incrivelmente complexo. Finalmente, um mapa dos setores da estação espacial apareceu no terminal do vídeo. O velho inclinou-se para a frente e começou a examinar atentamente o diagrama.
Enquanto isso, C-3PO e R2-D2 estavam mexendo em outro painel de controle. De repente, R2-D2 parou e soltou um longo assovio, como se tivesse descoberto alguma coisa muito importante. Solo e Luke esqueceram suas divergências e correram para onde estavam os robôs.

— Liguem R2-D2 ao computador — sugeriu Kenobi, sem se levantar. — Ele é capaz de extrair informações de toda a rede de processamento de dados da estação. Vamos ver se consegue descobrir onde fica o gerador do raio de tração.

— Por que simplesmente não desligamos o raio daqui? — quis saber Luke.

Foi Solo quem respondeu, com ar superior:

— Para que eles tornem a ligá-lo, no momento em que estivermos tentando escapar?

Luke enrubesceu.

— Oh. Não tinha pensado nisso.



— Luke, só há um jeito de escaparmos: destruir o gerador que alimenta o raio de tração — explicou o Velho Ben em tora carinhoso, enquanto R2-D2 enfiava o braço em uma tomada do computador. Imediatamente, as luzes do painel começaram a piscar.

Vários minutos se passaram enquanto o pequeno andróide absorvia informações como uma esponja de metal. Então, as luzes pararam de piscar e R2-D2 soltou uma exclamação eletrônica.

— Ele descobriu! — anunciou C-3PO, entusiasmado.

— O raio de tração está ligado aos reatores principais em sete pontos. Algumas informações são reservadas, mas R2-D2 vai transferir todos os dados que puder para o terminal de vídeo.
Kenobi abandonou a tela maior e sentou-se diante de um pequeno terminal perto de R2-D2. Os dados começaram a desfilar na tela com uma tal rapidez que Luke não conseguiu acompanhá-los. O velho, entretanto, não perdeu nada.

— Não há nada que vocês possam fazer para me ajudar nesta missão — disse para os outros. — É melhor eu ir sozinho.

— Por mim está bem — disse Solo, prontamente. — Já fiz muito mais do que minha obrigação. Mas acho que para inutilizar aquele raio de tração você vai precisar de muito mais do que mágica, companheiro.

Luke não se conformou com tanta facilidade.

— Vou com o senhor.

— Não seja impaciente, rapaz. Fique e vigie os andróides até eu voltar. É preciso entregá-los aos rebeldes, ou muitos outros mundos terão a mesma sorte que Alderaan. Confie na força, Luke... e espere aqui.



Com um último olhar para a tela, Kenobi ajustou o sabre de luz na cintura. Foi até a porta, abriu-a, olhou para os dois lados e desapareceu no corredor.

Assim que a porta se fechou novamente, Chewbacca soltou um rosnado e Solo concordou com a cabeça.

— Estou com você, Chewie! — Voltou-se para Luke. — Onde você desencavou aquele
fóssil?

— Ben Kenobi... o General Kenobi é um grande homem — protestou Luke, aborrecido.

— Grande para nos meter em encrencas — replicou Solo. — "General"...Ele não nos vai tirar daqui!



— Tem alguma ideia melhor? — perguntou Luke, em tom de desafio.

— Qualquer coisa seria melhor do que ficar aqui esperando que o velho nos venha salvar. Se nós...

Solo foi interrompido por uma série de guinchos e assovios histéricos. Luke olhou para R2-D2. O pequeno robô parecia a ponto de ter um ataque.

— O que foi? — perguntou Luke para C-3PO.

— Também não entendi, senhor. Ele disse: "Encontrei-a", e está repetindo sem parar:"Está aqui, está aqui!"

— Quem? Quem foi que R2-D2 encontrou?

R2-D2 voltou-se para Luke e começou a soltar assovios frenéticos.

— A Princesa Leia — explicou C-3PO, depois de ouvir com atenção. — A Senadora Organa... parece que as duas são a mesma pessoa. A pessoa que gravou a mensagem que R2-D2 estava transportando.

O retrato tridimensional de indescritível beleza tornou a ocupar a mente de Luke.


— A Princesa? Ela está aqui?

Solo aproximou-se, atraído pela discussão.

— Princesa? Que Princesa?

— Onde? Onde está ela? — quis saber Luke, ofegante, ignorando totalmente a pergunta de Solo.

R2-D2 assoviou e C-3PO traduziu:

— Nível cinco, bloco de detenção AA-23. De acordo com o computador, vai ser executada em breve.

— Não! Temos que fazer alguma coisa!

— De que estão falando? — insistiu Solo, aborrecido.

— Foi ela quem colocou a mensagem em R2-D2 — explicou Luke. — A mensagem que estávamos tentando entregar aos rebeldes em Alderaan. Temos que salvá-la.

— Um momento — preveniu Solo. — Nada de precipitações. O velho disse para esperarmos aqui. Não gostei nada da idéia, mas também não vou sair por aí bancando o herói!

— Mas Ben não sabia que ela estava aqui — disse Luke, em tom suplicante. — Se soubesse, tenho certeza de que mudaria de planos. — Assumiu uma expressão pensativa. — Agora, precisamos arranjar um meio de entrar naquele bloco de detenção...

Solo sacudiu a cabeça e recuou um passo.

— Essa não... não vou entrar em nenhum bloco de detenção do Império.

— Se não fizermos alguma coisa, ela será executada. Há um minuto você disse que não estava disposto a ficar aqui parado esperando que Ben nos salvasse. Agora só quer saber de ficar. Como é, Han?

O coreliano parecia preocupado e confuso.

— Entrar em uma prisão não é exatamente o que eu tinha em mente. Provavelmente, vamos acabar lá de qualquer maneira... para que apressar as coisas?

— Mas vão executá-la!

— Antes ela do que eu.

— Onde está seu cavalheirismo, Han?

Solo pareceu pensar na resposta.

— Se bem me lembro, troquei-o por um crisopázio de dez quilates e três garrafas de conhaque do bom. Isso aconteceu há cinco anos, em Commenor.



— Eu a conheço — insistiu Luke, desesperado. — E linda!

— A vida é assim mesmo.

— Ela é uma senadora rica e poderosa — argumentou Luke, mudando de tática. — Se conseguirmos salvá-la, poderemos ganhar uma bela recompensa.

— Hum... rica? — Então Solo fez um gesto de desdém. — Espere um minuto...recompensa de quem? Do governo de Alderaan? Mas Alderaan não existe mais!

Luke pensava furiosamente.

— Se ela está presa e para ser executada, é porque representa alguma forma de ameaça para quem destruiu Alderaan, para quem construiu esta estação espacial. Aposto que sabe de muita coisa a respeito dos planos do Império. Vou-lhe dizer quem pagará a recompensa pela vida da senadora. O Senado, os rebeldes e todos os comerciantes que tinham negócios com Alderaan. Organa é a única herdeira de todos os créditos do planeta! A recompensa pode ser fabulosa!

— Não sei... estou começando a me sentir tentado. — Olhou para Chewbacca, que deu um grunhido de aprovação. Solo fez uma careta para o wookie. — Está bem, vamos tentar.Qual é seu plano, garoto?

Luke foi pego de surpresa. Até o momento, só se preocupara em persuadir Solo e Chewbacca a ajudá-lo na tentativa de salvamento. Conseguida esta primeira parte, não tinha a mínima idéia do que fazer. Estava acostumado a receber instruções de Solo e do Velho Ben.
Mas agora tudo dependia dele.

As algemas de metal que pendiam do cinto do uniforme de Solo atraíram-lhe a atenção.

— Passe-me essas algemas e diga a Chewbacca para vir aqui. Solo passou as algemas para Luke e transmitiu o pedido a Chewbacca. O wookie aproximou-se e ficou parado à frente de Luke.

— Agora vou colocar essas algemas em você — começou Luke, segurando os braços do antropóide — e...
Chewbacca rosnou baixinho e o coração de Luke deu um pulo.
— Agora — recomeçou — Han vai colocar essas algemas em você e... — Passou as algemas para Solo, enquanto o wookie o olhava fixamente.
Solo parecia estar achando graça na situação.



— Não se preocupe, Chewie, acho que sei o que ele está planejando.

As algemas mal couberam nos grossos pulsos do antropóide. A despeito das palavras do sócio, o wookie ficou olhando para elas com uma expressão preocupada.

— Desculpe, senhor — Luke olhou para C-3PO. — Desculpe perguntar, mas... o que é que R2-D2 e eu devemos fazer, se formos descobertos durante a ausência de vocês?

— Torcer para não serem desintegrados — respondeu Solo O tom de voz de C-3PO mostrou que ele não havia achado mínima graça.

— Não é muito confortador.



Solo e Luke estavam muito preocupados com a missão de salvamento para dar atenção às dúvidas do robô. Os dois ajustaram os capacetes. Então, acompanhados por Chewbacca, cuja expressão de desânimo era parcialmente verdadeira, entraram no mesmo corredor onde Ben Kenobi havia desaparecido.


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