domingo, 20 de abril de 2014

O Oitavo Passageiro - Alan Dean Foster (Parte 18)







Reuniram-se outra vez na sala comum ainda desarrumada. Era mais fácil discutir coisas onde todos pudessem se ver sem ter de esticar ou torcer o pescoço. Dallas desejava também que todos ajudassem na limpeza do refeitório.

— Estive conferindo os nossos suprimentos — disse Ripley. — Com os estimulantes que temos, podemos prolongar a vigília por uma semana. Talvez um dia mais. Mas é tudo.
— Então, o quê? — perguntou Brett.
— Estaremos sem comida nem oxigênio. Sem comida podemos passar, mas sem oxigênio não podemos. E se não podemos, é acadêmica a outra questão, e fica em aberto: suportaríamos uma dieta de alimentos artificiais não reciclados? E por quanto tempo?
Lambert fez uma careta.
— Não, obrigada, preferiria morrer.
— Muito bem — disse Dallas, querendo parecer confiante. — Se é isso que temos, vamos partir daí. Uma semana, então, de plena atividade. É tempo bastante. Mais do que necessário para encontrar e eliminar um ser alienígena menor.
Brett pôs os olhos no chão.
— Ainda acho que deveríamos tirar o ar. Talvez isso o matasse. Parece-me a maneira menos perigosa de lidar com ele, evita uma confrontação direta. Não sabemos as malvadezas de que a besta é capaz...
— Já discutimos isso — disse Ripley.
— A idéia era entrarmos nos nossos congeladores individuais e não foi consenso geral. O que pensam de uma alternativa: meteríamos os nossos trajes espaciais e recolheríamos o ar a seus depósitos. A criatura não poderia nos apanhar de surpresa, se estivermos acordados e dentro das nossas roupas?
— Uma idéia maravilhosa — disse Lambert. Mas o tom era de escárnio.
— E por que não?
— Temos quarenta e oito horas de ar em nossas roupas espaciais e vamos levar dez meses para chegar em casa — explicou Ash. — Se a criatura for capaz de passar quarenta e nove horas sem oxigênio, estaremos onde estávamos ao começar a experiência, e teríamos perdido os dois dias de ar dos cilindros portáteis.
— Fora isso, a idéia é excelente — disse Lambert. — Vamos, Parker, você e Brett, pensem em outra coisa.
Mas os engenheiros não tinham a intenção de desistir de sua sugestão tão depressa.
— Talvez possamos ligar as roupas aos tanques principais —— disse Parker. —— Brett e eu somos muito bons nessas
— Nesse caso, temos de fazê-la sair de onde se escondeu —— Dallas mesmo ficou surpreso de como uma decisão terrificante, mas óbvia, era fácil de tomar. Uma vez posta em palavras, resignou-se a executá-la.
— É boa idéia — admitiu Ash. — Mais fácil dizer que fazer, porém. Como pensa executá-la?
Dallas viu no rosto deles que preferiam que não fosse até o fim, até o inevitável. Mas era a única maneira.
— Não há solução fácil. E só de um modo podemos estar seguros do resultado. Só de um modo podemos aproveitar ao máximo nossos recursos de ar respirável. É caçar a fera sala por sala, corredor por corredor.
— Talvez fosse possível improvisar uma unidade congeladora portátil — sugeriu, tentativamente, a oficial de segurança, e ir congelando ambiente por ambiente, de uma distân... — mas interrompeu-se ao ver que Dallas abanava a cabeça.
Evitou encará-lo. — Não que eu esteja apavorada. Procurava um meio mais prático. Como Parker, penso que seria desejável evitar uma confrontação direta.
— Deixe de histórias, Ripley — disse Dallas. E apontando para o próprio peito com o polegar: — Eu estou apavorado. Todos estamos. Mas não temos tempo para complicações mecânicas. Lembre-se do tempo que gastamos com aquela máquina, tentando salvar Kane. É hora de fazermos alguma coisa por nós mesmos. Por isso estamos aqui. A grande máquina que é a nave não basta. Quando máquinas não resolvem um problema, ele se torna nosso problema. Ademais, quero ter o prazer de ver o bicho explodir quando o jogarmos para fora daquela comporta.

Não era um discurso particularmente inspirado. Mas nada estava mais longe da intenção de Dallas do que fazer oratória. Teve um efeito eletrizante sobre a tripulação. Todos se sentiram de novo capazes de encarar o futuro e de se encararem uns aos outros. Houve murmúrios entre os dentes. Ninguém mais olhou para as paredes ou para o chão.

— Muito bem — disse Lambert —, vamos tirá-la de onde quer que se encontre enfurnada; e lançá-la no espaço exterior. O que quero saber agora é: como ir do ponto A ao ponto C?
— Com alguma astúcia — disse Ripley, que já considerava diversas possibilidades na cabeça.
— Vejo talvez um problema com as válvulas, mas estou certo de que conseguiremos resolvê-lo — disse Parker. — Contem conosco.
— E com seus recursozinhos e com suas habilidades de remendões. Eu sei — disse Ripley, sem tentar moderar o sarcasmo.
— Não seria muito prático — interveio Ash, procurando ser simpático aos dois técnicos. — Lembrem-se de que já foi aventada a hipótese de que a criatura prescinde de ar. O problema é mais complexo do que isso. Não podemos ficar atados aos tanques por cordões umbilicais da fabricação de vocês e, ao mesmo tempo, dar caça à criatura... Mesmo se a idéia fosse praticável, teríamos gasto tanto ar que não haveria nenhum de reserva para quando emergíssemos do hipersono. Os congeladores abririam automaticamente... no vácuo.
— Mas não seria possível deixar alguma espécie de mensagem, ou gravar um pedido, de modo a que haja uma equipe à nossa espera, que nos encha de ar fresco logo que atraquemos? — perguntou Parker.
Ash pareceu duvidoso.
— Seria um risco, um grande risco. Primeiro nosso pedido, se irradiado, chegaria um minuto ou dois apenas, antes de nós. Não haveria tempo para providenciar uma equipe de emergência que nos encontrasse no exato momento em que emergíssemos do hiperespaço, para nos alimentar de fora, com ar puro, sem dano à nave... Não, não creio que pudesse ser feito.
— E mesmo que pudesse: Ripley levantou um outro problema, e esse é crítico. Não podemos entrar com segurança para os congeladores sem nos assegurarmos, antes, que a criatura foi morta ou neutralizada. E como saber se está morta se passarmos dois dias em nossas roupas espaciais e depois tivermos de ir para os congeladores?
Parker torceu o nariz.
— Continuo a pensar que é uma boa idéia.
— Vamos ao centro do problema — disse Ripley, impaciente. — Como encontrá-la? Podemos buscar mil modos de matá-la, mas só depois de sabermos onde está. Não há examinadores, os painéis visuais dos deques B e C estão queimados. Lembram-se?
A criatura alienígena ao sangrar ácido inutilizara a maior parte deles.
— Haverá substâncias que ela não possa corroer ou que não possa corroer com a rapidez com que atravessa, por exemplo, as ligas metálicas — Brett estava pensando em voz alta, e seu trem de pensamento corria em trilhos paralelos aos de Ripley. — Fio de trylon, por exemplo. Se fizermos uma rede, poderemos apanhá-la sem ter de feri-la. E talvez ela se sinta menos ameaçada por algo assim do que por uma vasta jaula de metal reforçado. Eu mesmo poderia tecer uma rede dessas, e relativamente depressa.
— Ele pensa que vamos caçar uma borboleta — disse Lambert,, maldosamente.
— E como fazê-la entrar na rede? — perguntou Dallas.
Brett matutou um pouco.
— Temos de usar alguma coisa que não a faça sangrar, não é? Facas e lanças de qualquer espécie estão de fora. O mesmo para pistolas. Eu poderia armar uns tubos compridos com baterias dentro. Temos montanhas de tubos e baterias lá atrás. Levaria algumas horas, porém.
— Para tubos e rede?
— Sim. E tudo o mais simples possível.
Lambert não se conteve.
— Primeiro, rede de caçar borboleta; agora varas de picar touros. Por que damos atenção a esse tonto?
Dallas revirava a idéia na cabeça e cada vez gostava mais dela. Podia ver o alienígena acuado, ameaçando-os com unhas e dentes. E a levar choques elétricos, suficientemente fortes para irritá-lo, mas não para ferir. Dois deles encaminhando-o com jeito, para a rede, depois mantendo-o entretido, enquanto os outros o arrastavam, com rede e tudo, para a sala de descompressão. Talvez a criatura conseguisse romper a rede, talvez não. Mas haveria uma segunda e uma terceira de reserva.
Era jogar o bicho na sala estanque, fechar o postigo, e apertar a emergência. E lá se ia o alienígena... para Arcturus. Boa viagem, monstrinho, adeus pesadelo. E alô Terra! Terra e sanidade...

O Nostromo alheio à atividade frenética de seus passageiros, prosseguia em seu curso rumo à Terra a uma velocidade múltipla da velocidade da luz.
Brett pedira algumas horas para fazer a rede e os tubos elétricos, mas ele e Parker trabalhavam como se dispusessem apenas de minutos. Parker chegou a desejar que o trabalho fosse mais complexo. Talvez então não olhasse tanto ou tão nervosamente para prateleiras e armários e corredores escuros.
Entretanto, os outros membros da tripulação podiam apenas cuidar de outros afazeres e esperar que se completasse o equipamento de caça. Para muitos deles a indagação original, "para onde terá ido o alienígena?" fora substituída por outra: "o que estará fazendo?"

Só um membro da equipe tinha a mente posta em outra coisa. Num pensamento que já o ocupava havia algum tempo e que agora lhe enchia a cabeça a ponto de estourar. Tinha duas opções: ou discutia o problema com a tripulação toda, ou a sós com a pessoa diretamente em causa. Se adotasse a primeira e estivesse enganado, como desejaria desesperadamente estar, faria um mal irreparável ao moral dos seus subordinados. Para não falar numa eventual ação na justiça, opondo tripulante a capitão.
Se estivesse certo, os outros descobririam logo.

Ash estava sentado no controle central da enfermaria, fazendo perguntas ao computador médico e recebendo uma resposta ou outra. Viu quando Dallas entrou e sorriu-lhe, depois voltou ao trabalho. Dallas ficou de pé, ao lado dele, sem falar, acompanhando com os olhos as leituras, às vezes incompreensíveis, ou observando seu oficial de ciência. Os números, palavras e diagramas que lampejavam nos painéis eram mais fáceis de ler do que o homem.

— Trabalho ou divertimento?
— Não há tempo para divertimento — respondeu Ash, impassível. Apertou um botão, e logo surgiu uma lista de cadeias moleculares para um determinado e hipotético aminoácido. Um toque em outro botão levou duas das cadeias a mover-se numa lenta rotação em três dimensões.
— Raspei algumas amostras das bordas do primeiro buraco que o alienígena fez no convés — e mostrou com um gesto a pequena cratera do lado direito da mesa de operações, onde a criatura havia sangrado.
— Achei que haveria resíduo ácido suficiente no metal para localizá-lo quimicamente. Se conseguisse decompor a estrutura, a Mãe poderá sugerir a fórmula de um reagente neutralizador. Então, nosso visitante poderá sangrar quanto quiser e onde quer que o apanhemos, e nós invalidaremos a ação do ácido.
— Seria fantástico — admitiu Dallas, observando Ash de perto. — E só uma pessoa na nave seria capaz de tal proeza: você.
Ash deu de ombros com indiferença:
— É o meu ofício.
Houve um silêncio. Ash não via motivo para retomar a conversação, Dallas continuava a estudar as leituras. Finalmente, disse, com voz igual:
— Queria falar com você.
— Logo que obtenha qualquer resultado eu o chamarei.
— Não é sobre isso que quero falar.
Ash olhou-o com curiosidade, depois voltou-se de novo para o instrumental, quando novos dados fizeram acender duas pequenas telas.
— Acho que decompor a estrutura desse ácido pode ser vital. Você concordará. Vamos deixar qualquer outra coisa para mais tarde. Estou muito ocupado agora.
Dallas esperou um pouco para responder; depois disse, com calma, mas com firmeza:
— Não me importa. Quero falar com você agora.
Ash mexeu em vários interruptores, viu apagarem-se vários medidores, depois levantou os olhos para o capitão.
— É seu pescoço também que estou tentando salvar. Mas se é tão importante assim, vamos lá.
— Por que você deixou que o alienígena sobrevivesse dentro de Kane?
O oficial de ciência franziu o sobrolho.
— Não tenho certeza de haver compreendido bem. Ninguém deixa nada sobreviver dentro de ninguém. Aconteceu.
— Tolice.
Ash formalizou-se um pouco e disse, secamente:
— De qualquer maneira, isso não é uma abordagem inteligente da situação.
— Você sabe muito bem do que estou falando. A Mãe tinha monitores no corpo dele. Você consultava a Mãe. O que era correto, pois você é a pessoa mais qualificada a bordo para uma tarefa dessas. Você deve ter tido alguma notícia do que se passava.
— Escute, você mesmo viu aquela mancha escura no monitor. Viu tanto quanto eu.
— Você espera que eu acredite que o médico automático não tinha força para desvendar aquilo?
— Não é uma questão de força mas de comprimento de onda. O alienígena foi capaz de burlar as ondas utilizadas pelos examinadores do médico automático. Já discutimos isso, os dois, como e por que isso pode ser feito.
— Assumindo que eu — digamos — engula essa teoria de ser o alienígena capaz de desviar as ondas utilizadas pelo médico automático, isto é, de gerar um campo defensivo que impedisse o exame — e não estou dizendo que engula, veja já? — A Mãe descobriria outros indícios do que estava em curso. Antes de morrer, Kane queixou-se de uma fome inusitada, extraordinária. Ele demonstrou a verdade disso à mesa do refeitório. A razão para tal fome não era óbvia?
— Era?
— O segundo alienígena consumia os suprimentos de nutrimentos, de gorduras de Kane, para seu próprio corpo. Não atingiu aquele tamanho metabolizando ar.
— Concordo. É evidente.
— Essa espécie de atividade metabólica geraria leituras nos aferidores do médico automático, como a redução do peso do corpo de Kane, e outras coisas.
— Uma eventual redução de peso — disse Ash, calmamente — não apareceria. O peso de Kane simplesmente transferia-se para o alienígena. O examinador do médico automático apenas registraria tudo como peso de Kane. A que 'outras coisas' se refere?
Dallas procurou não mostrar seu desapontamento. E só teve um sucesso parcial.
— Não sei. Não posso ser específico. Sou apenas um piloto. Análise médica não é o meu departamento.
— Não — disse Ash. — É o meu.
— Mas também não sou um idiota completo — disse alias. — Apenas não tenho o vocabulário técnico. Mas não sou cego. Posso ver o que se passa.
Ash cruzou os braços, afastou-se do console com um empurrão na cadeira e olhou firme para Dallas.
— O que você está realmente tentando dizer?
Dallas não se intimidou:
 — Você queria que o alienígena vivesse. Para que matasse Kane. Imagino que terá suas razões. Só o conheço há pouco tempo, Ash, mas nunca o vi fazer nada sem motivo. Não é agora que começaria.
— Você diz que tenho razões' para a insanidade de que me acusa. Pois nomeie uma.
— Escuta, nós dois trabalhamos para a mesma Companhia — mudava de estratégia. Desde que a acusação frontal não funcionara, tinha de jogar com o sentimento de simpatia de Ash. Ocorreu-lhe que talvez estivesse sendo um tanto paranóico, ali, na enfermaria. Era fácil pôr a culpa em alguém que ele conhecia, como Ash, ao invés de pô-la no verdadeiro responsável, o alienígena.
Ash podia ser estranho, mas não estava agindo como um assassino.
— Eu apenas quero saber — implorou — o que está havendo.
O oficial de ciência descruzou os braços, e deu uma olhadela no console antes de responder.
— Não sei de que diabos está falando. E não gosto das suas insinuações. O alienígena é uma forma perigosa de vida. Admirável sob muitos pontos de vista. Não nego isso. Como cientista, acho-o fascinante. Mas depois do que ele fez, desejo eliminá-lo tanto quanto você.
— É verdade?
— Claro que é.
Parecia aborrecido, enojado até.
Se você não tivesse estado debaixo de tantas pressões aqui ultimamente, veria isso. Mas esqueça. Eu já esqueci.
— Muito bem.

Dallas deu-lhe as costas e saiu pela porta aberta, tomando o corredor em direção à ponte. Ash acompanhou-o com os olhos, e ficou por muito tempo a remoer seus próprios pensamentos. Depois, concentrou-se de novo em seus instrumentos, mais pacientes, mais fáceis de entender.
— Estou trabalhando demais — dizia Dallas consigo — demais, demais...
A cabeça doía-lhe. Ash tinha razão, as pressões eram excessivas. Tinha de preocupar-se com quase tudo, não só com o alienígena. Por quanto tempo ainda poderia suportar essa carga mental? Quanto tempo deveria tentar? Era apenas um piloto.
Kane teria sido melhor capitão do que ele. Kane saberia enfrentar melhor uma situação dessas. Mas Kane já não podia ajudá-lo. Ligou um intercomunicador do corredor.
— Engenharia.
— Aqui, Dallas. Como vão as coisas?
Parker foi evasivo.
— Vamos indo.
— Seja mais específico, homem!
— Calma Dallas, quero dizer, capitão. Estamos trabalhando tão depressa quanto possível. Brett não pode armar circuitos mais depressa. Queremos encurralar aquele lagarto e dar-lhe uma cacetada com um tubo de metal ou com duzentos volts?
— Desculpe. Continuem. Façam o melhor que puderem.
— Sim, claro. No interesse de todos. Engenharia desligando.

O intercomunicador ficou mudo.
Fora gratuito aquilo, pensou Ash. E constrangedor também. Se ele mesmo não se agüentava, como exigir fortaleza dos outros?
No momento, não queria ver ninguém, não depois daquela entrevista penosa, ineficaz, com Ash. Ainda tinha de resolver consigo mesmo se o que pensava dele era procedente ou loucura. Ash, afinal, não tinha motivo. E se mentia, fazia-o brilhantemente. Dallas jamais vira homem tão senhor de suas emoções.
Havia um único lugar a bordo do Nostromo onde o capitão podia ter ocasionalmente momentos de completa privacidade. Onde se sentia também razoavelmente seguro. Como num segundo ventre materno. Um ventre substituto. Dobrou a esquina do corredor B, tão preocupado com seus próprios pensamentos que nem pensou em escrutinar os ângulos escuros para ver se havia neles pequenos movimentos suspeitos. Mas nada aconteceu.
Chegou, afinal, a um recanto onde a quilha da nave fazia uma espécie de bolsão para fora. Havia ali, uma porta, que ele abriu, acionando um botão e esperando que o postigo corresse para o lado. Era um monta-cargas, e a porta interna estava aberta.
Dallas subiu e sentou-se lá dentro. Ia tocar outro botão vermelho no painel de controle, mas deteve-se. O ato de abrir a porta que dava para o corredor já fora registrado na ponte. O que não alarmaria ninguém. Mas fechá-la poderia causar espécie. Deixou-a, então, aberta. Sentia-se bem ali, e as incertezas e o horror que se instalaram no Nostromo esfumaram-se.

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