segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Aliens - Alan Dean Foster (Parte 14)


No laboratório médico da colônia, Bishop estava debruçado sobre uma sonda ocular.
Sob a lente uma fatia esticada de um dos parasitas “abraçador” mortos, extraído do cilindro de estase mais próximo. Mesmo na morte a criatura na biópsia parecia ameaçador, deitado de costas sobre a mesa de dissecação. As pernas parecendo prontas para agarrar o rosto que por ventura chegasse muito perto, a poderosa cauda pronta para impulsionar a criatura em um único salto.



A estrutura interna era tão fascinante quanto o exterior era funcional, e Bishop estava preso a sonda. Ao combinar o poder de resolução da sonda com a versatilidade de seu próprio olho artificial, ele era capaz de ver coisas que os colonos poderiam ter perdido.

Uma das questões que particularmente  o intrigava, e que estava ansioso para responder, envolvia a possibilidade concreta de um parasita alienígena juntar-se a um sintético como ele. Suas entranhas eram radicalmente diferentes das de um ser humano puramente biológico. Será que um parasita seria capaz de detectar as diferenças? Será que um sintético serviria como um hospedeiro, e qual seria o resultado de tal união? Ele simplesmente cairia fora, à procura de outro corpo, ou seria estupido de inserir a semente embrionária que seria transportada pelo hospedeiro artificial? Se assim fosse, seria o embrião capaz de crescer ou ficaria surpreso conforme se esforçasse para amadurecer dentro de um corpo desprovido de carne e osso?

Poderia um robô ser parasitado?

Algo fez barulho perto da porta. Bishop olhou para cima a tempo suficiente para ver o chefe de equipe de desembarque adentrar com um container completo de equipamentos e suprimentos para o laboratório.



— Onde você quer isso?

— Para lá — Bishop gesticulou.

Spunkmeyer começou a descarregar. — Precisa de mais alguma coisa?

Bishop acenou vagamente, sem tirar os olhos da sonda.

— Certo. Estarei a bordo. Me chame se você precisar de alguma coisa.


Nenhuma palavra. Spunkmeyer deu de ombros e se virou para sair.

Bishop era um tipo engraçado, o chefe de equipe meditou conforme empurrava o carrinho de mão pelos corredores vazios, de volta a pista de pouso. Um tipo híbrido pensou corrigindo-se e sorrindo. Assobiou alegremente enquanto ajeitava o colarinho mais acima no pescoço. O vento não estava tão forte, mas sentia frio sem um traje selado. Concentrar-se em uma melodia também ajudava a manter a sua mente fora do desastre que se abatera sobre a expedição.

Crowe, Dietrich, o velho Apone, todos se foram. Difícil de acreditar, como Hudson ficava falando o tempo todo para si mesmo. Difícil de acreditar e uma vergonha. Ele conhecia todos eles; tinham voado juntos em uma série de missões. Embora não pudesse dizer que conhecia intimamente qualquer um deles.

Deu de ombros, ainda que não houvesse ninguém perto para ver o gesto.
A morte era algo com que eles estavam familiarizados, mais provável para eles do que a aposentadoria. Crowe e Dietrich tinham ido antes dos outros, isso era tudo. Não havia nada a ser feito sobre isso. Mas Hicks e o resto tinham conseguido se safar. Eles terminariam seus estudos e estariam fora até amanhã. Esse era o plano. Um pouco mais de investigação, fazer algumas últimas gravações, e sair de lá. Sabia que não era o único ansioso para levantar voo e voltar para a boa e velha Sulaco.

Seus pensamentos voltaram para Bishop novamente. Talvez houvesse algum tipo de melhora sutil nos novos modelos de sintéticos, ou talvez fosse apenas o próprio Bishop, mas descobriu que gostava do androide. Diziam que os caras da inteligência artificial vinham trabalhando duro para melhorar a programação de personalidade por anos,  adicionando um pouco de aleatoriedade a cada novo modelo, uma vez que deixavam a linha de montagem. Claro, Bishop era um indivíduo. Você poderia dizer só de conversar com ele, um homem tranquilo, companheiro e cortês, diferente de todos os faladores presunçosos.

Rolava o caminhão para o topo da rampa de carregamento do nave, quando escorregou. Recuperando o equilíbrio, se inclinou para examinar o local úmido. Como não podia ser água da chuva, pensou que devia ter arrebentado um recipiente de fluido de contenção, mas não havia odor de formaldeído. O material brilhante agarrara-se à rampa de metal como um lodo espesso ou gel.




Ele deu de ombros e se endireitou. Não conseguia se lembrar de ter arrebentando um frasco contendo qualquer coisa assim, e desde que ninguém falara com ele sobre isso, não havia nenhum motivo em se preocupar. Havia muito o que fazer antes que pudessem se preparar para ir embora.

O vento o acertou. Atmosfera ruim, e ainda assim, muito mais suave do que tinha sido antes dos processadores atmosféricos terem começado a trabalhar aqui.

“Irrespirável”, era o que dizia o folheto preparatório antes de entrarem no hipersono. Puxou o caminhão de mão até o topo e apertou o botão para retrair a rampa e fechar a porta.

***

Vasquez estava andando de um lado para outro na APC. Inatividade era ainda uma situação de combate estranha para ela. Ela queria uma arma em suas mãos e algo em que atirar. Ela sabia que a situação exigia uma análise cuidadosa, e sentia-se frustrada porque ela não era o tipo que fazia análise. Seus métodos eram diretos, sem qualquer conversa. Mas ela era inteligente o suficiente para perceber que não era o procedimento de sempre, o normal. O procedimento operacional padrão era mastigar e cuspir o inimigo. No entanto, saber disso não a deixava mais calma.
Ela queria matar alguma coisa. Ocasionalmente seus dedos flexionavam sozinhos como se eles ainda estivessem segurando os controles da sua Smartgun. Observá-la teria deixado Ripley nervosa se esta já não estivesse tão tensa quanto a mola mestra de um antigo relógio.
Chegou a um ponto onde Vasquez sabia que teria que falar algo ou começaria a arrancar seus cabelos.

— Tudo bem, não podemos explodi-los. Não podemos ir lá com um pelotão; não podemos nem mesmo voltar para baixo na APC, porque eles a rasgariam como uma lata de ervilhas. Por que então não lançamos algumas latas de CN20 lá embaixo? Nós temos o suficiente para fazer toda a colônia inabitável.

Hudson estava implorando por sua vez.

— Olha cara, vamos apenas sair daqui, ok? — Olhou para a mulher que estava ao lado dele. — Eu estou com Ripley. Deixe-os fazer o que quiserem com a colônia, vamos sair agora e voltar com uma nave de guerra.


Vasquez olhou para ele com olhos semicerrados. — Tá ficando delicadinho, Hudson?

— Delicadinho?  — Ele se endireitou  reagindo ao desafio implícito. — Estamos ferrados. Ninguém nunca enfrentou nada parecido com isso. Eu vou ser o primeiro a oferecer-me para voltar, mas quando acontecer, quero o tipo certo de equipamento para lidar com o problema. Isto aqui não é como o controle de badernas, Vasquez. Se tentar chutar algumas bundas aqui, vão comer a sua perna.

Ripley olhou para a operadora da Smartgun.

— Gás de nervos não vai funcionar, de qualquer maneira. Como sabemos se vai afetar sua bioquímica? Talvez apenas cheirem o material. Da forma como estas coisas são, gás dos nervos pode dar-lhes ‘um barato’. Eu mandei um deles pra fora de uma câmara de descompressão, e só o retardou, eu tive que fritá-lo com os motores da minha nave.

Ela encostou-se à parede.

— Digo que precisamos decolar e explodir todo o lugar quando estivermos em órbita e acabar com o planalto onde nós originalmente encontramos a nave deles. É a única maneira de ter certeza.

— Espere um segundo — tendo estado em silêncio durante a discussão, Burke veio abruptamente a vida. — Eu não estou autorizado a esse tipo de ação. Isso é muito extremo, para começar.

— Você não acha isso uma situação extrema? — Rosnou Hudson mexendo na atadura em seu braço atingido pelo ácido e olhou duro para o representante da Companhia.

— É claro que é extremo.

— Então por que você não pode autorizar a utilização de armas nucleares? — Ripley pressionou-o. — Você perde a colônia e uma estação de processamento, mas ainda tem noventa e cinco por cento de sua capacidade de terraformação intacta e operacional no resto do planeta. Então, por que a hesitação?

Sentindo o desafio em seu tom, Burke escolheu o modo conciliatório.


— Bem, eu quiz dizer que sei que este é um momento de fortes emoções. Estou tão chateado como qualquer outra pessoa. Mas isso não significa que temos que recorrer a julgamentos precipitados. Temos que agir com cautela aqui. Vamos pensar antes de piorar a situação.

— Pior do que estamos, só mesmo morrendo... — Ripley recusou-se a ser influenciada.

— Tudo o que eu estou dizendo é que é hora de olhar para toda a situação, se você sabe o que quero dizer — argumentou.

Ela cruzou os braços sobre o peito. — Não, Burke, o que você está querendo dizer?

Ele pensou rápido.

— Em primeiro lugar, esta instalação tem um valor monetário substancial. Estamos falando de uma colônia inteira aqui. Não importa o custo de reposição, o investimento em transporte por si só é enorme, e o processo de terraformação de Acheron está apenas começando a mostrar algum progresso real. É verdade que as outras estações funcionariam automaticamente, mas elas ainda exigem manutenção regular e supervisão. Sem a manutenção de uma equipe adequada, local, isso significaria manter vários transportes em órbita como hotéis flutuantes para o pessoal necessário. Isso envolve um custo contínuo que você não imagina.

— Eles podem me cobrar — ela respondeu sem sorrir. — Eu pago esta conta. O que mais?


— Por outro lado, estamos lidando aqui, claramente, com uma espécie importante. Nós não podemos apenas arbitrariamente exterminá-los. A perda para a ciência seria incalculável. Podemos nunca mais encontrá-los novamente.

— Sim, e isso seria muito ruim — ela descruzou os braços. — Você não está esquecendo alguma coisa, Burke? Você me disse que se encontrássemos uma forma de vida hostil aqui, nós cuidariamos dela e esqueceríamos as preocupações científicas. É por isso que eu nunca gostei de lidar com os administradores: vocês todos têm memória seletiva!

— Esta não é a melhor maneira de lidar com estas coisas — protestou ele.

— Pode esquecer!

— Sim, pode esquecer! — Vasquez ecoou os sentimentos de Ripley, bem como as suas palavras.

— Talvez você não esteja atualizado dos eventos atuais — pontuou Hudson — mas nós levamos uma surra, chapa.

— Olhe Burke, — Ripley não estava satisfeita — tínhamos um acordo. Acho que já provei o meu ponto, ou como você quiser chamá-lo. Viemos aqui para confirmar minha história e para descobrir o que causou a quebra nas comunicações entre Acheron e a Terra. Você tem a sua confirmação, a Companhia tem a sua explicação, e eu tenho a minha vingança. Agora é hora de sair daqui.


— Eu sei, eu sei — ele colocou um braço por sobre os ombros dela, com o cuidado para não parecer como se estivesse sendo familiar, e abaixou a voz. — Mas estamos lidando com uma mudança de cenário aqui. Você tem que estar pronta para pôr de lado a primeira reação que lhe vem à mente, pôr de lado suas emoções, e saber como tirar proveito da situação. Nós sobrevivemos; agora nós sobreviventes temos que estar prontos para voltar a Terra.

— Aonde quer chegar, Burke?

Ou ele não percebeu a frieza em seus olhos ou optou por não reagir a ela.

— O que estou tentando dizer é que essa coisa é importante, Ripley. Quero dizer, é realmente única. Nós nunca encontramos qualquer coisa como essas criaturas antes, e podemos nunca mais ter a chance de fazê-lo novamente. Sua força e sua desenvoltura são inacreditáveis. Você não pode simplesmente aniquilar algo assim, não com o tipo de potencial que elas possuem. Você precisa aprender como lidar com elas, claro, mas não pode apenas matá-las.

— Quer apostar?

— Você não está pensando racionalmente. Eu entendo o que você está passando. Não pense que eu não sei. Mas você tem que colocar tudo isso de lado e olhar para um quadro maior. O que está feito está feito. Nós não podemos ajudar os colonos, e não podemos fazer nada por Crowe e Apone e os outros, mas podemos ajudar a nós mesmos. Podemos aprender sobre essas coisas e a fazer uso delas, transformá-las em nosso benefício, dominá-las.

— Você não domina algo como estes alienígenas. Você sai do seu caminho deles; e, se a oportunidade se apresentar, eliminá-os. Não me fale de ‘sobreviventes’ de volta a Terra.

Ele respirou fundo.

— Vamos lá, Ripley. Estes alienígenas são especiais, nem sequer começamos a entendê-los. Elas precisam ser estudadas, com cuidado e sob as condições corretas, para que possamos aprender com elas. Tudo o que deu errado aqui foi devido aos colonos começarem a estudá-los sem o equipamento adequado. Eles não sabiam o que esperar. Nós sabemos.

— Nós? Olhe o que aconteceu com Apone e o resto.

— Eles não sabiam o que enfrentavam, e foram um pouco confiantes demais. Foram pegos em um local apertado. Esse é um erro que não vamos cometer mais.

— Você pode apostar nisso.


— O que aconteceu aqui foi trágico, com certeza, mas não vai se repetir. Quando voltarmos, vamos estar devidamente equipados. O ácido pode ser talvez contido. Vamos tirar uma amostra, analisá-la nos laboratórios da empresa. Eles vão desenvolver uma defesa, um escudo. E nós vamos descobrir uma maneira de aprisionar a forma madura dessa coisa para que possa ser manipulada. Claro, os alienígenas são fortes, mas não são onipotentes. Eles são resistentes, mas não são invulneráveis. Eles podem ser mortos por armas de mão como rifles de pulso e lança-chamas. Isso é uma coisa que esta expedição provou. Você provou isso — ele acrescentou em tom de admiração que ela por um instante, não acreditou ter ouvido. — Eu estou te dizendo, Ripley, esta é uma oportunidade que é dada a poucas pessoas. Não podemos explodi-los em uma decisão puramente emocional. Eu não acho que você é o do tipo que joga fora a chance de uma vida, por conta de algo tão abstrato como uma pequena ‘vingança’.

— Não tem nada a ver com vingança — ela disse calmamente. — Tem a ver com a sobrevivência. A nossa.


— Você ainda não me entendeu — ele baixou a voz para um sussurro. — Veja, já que você é funcionária da empresa que descobriu esta espécie, a sua porcentagem dos eventuais lucros a serem obtidos a partir do estudo e exploração será, naturalmente, um valor astronômico. Está tudo no inquérito que você respondeu, e não foi julgada como culpada. Todo mundo sabe que você é a única sobrevivente da equipe que encontrou pela primeira vez essas criaturas. A lei exige que você receba uma recompensa adequada
Você vai ser mais rica do que jamais sonhou ser possível, Ripley.

Ela olhou para ele em silêncio por um longo tempo, como se estivesse observando uma espécie inteiramente nova de vida. Uma variedade particularmente repugnante.

— Seu filho da...

Ele recuou, sua expressão foi aos poucos endurecendo. O falso senso de camaradagem que ele tinha tentado promover foi descartado como uma máscara.

— Lamento que você se sinta assim. Não me faça apelar para meu posto, Ripley.

— Que posto? Já passamos por tudo isso antes — ela assentiu com a cabeça para o corredor. — Acredito que o oficial Hicks é a autoridade aqui.

Burke começou a rir dela. Em seguida, viu que ela estava falando sério.

— Você está brincando. O que é isso, uma piada? Hicks? Desde quando um cabo manda em algo, exceto em suas próprias botas?

— Esta operação está sob a jurisdição militar — ela lembrou a ele em voz baixa. — Estamos sob as ordens da expedição militar da Sulaco. Talvez você não se preocupasse em ler. Eu li. A administração colonial redigiu-a. Você e eu, Burke, somos apenas observadores. Nós estamos apenas a passeio. Uma vez que Gorman está fora e Apone morto, Hicks é o próximo na cadeia de comando.

Ela olhou além do atordoado representante da Companhia.

— Certo?

A resposta de Hicks foi: — Me parece que sim.

O autocontrole de Burke estava começando a falhar.

— Olha, esta é uma operação multimilionária. Ele não pode se responsabilizar por este  tipo de decisão. Cabos não autorizam armas nucleares. Ele é apenas um ‘zé-ninguém’.

Olhou rápido na direção do soldado para adicionar um educado — Sem ofensa...

— Sem problema — a resposta de Hicks foi seguida por puxar o microfone. — Ferro, você está na escuta?


— Aguardando ordens — veio a resposta da piloto nos alto-falantes.

— Prepare-se para levantar voo. Evacuação imediata.

A expressão de Hicks manteve-se inalterada enquanto observava Burke.

— Você está certo sobre uma coisa. Você não pode tomar uma decisão como essa no calor do momento.

Burke relaxou um pouco. — Melhor assim. Então, o que vamos fazer?

— Pensar sobre isso, como você disse que deveríamos — o cabo fechou os olhos por cerca de cinco segundos. — Ok, pensei sobre isso. Vamos decolar e detonar este lugar quando estivermos em órbita. É a única maneira de ter certeza — e piscou.

A cor sumiu do rosto do representante da Companhia que deu um passo com raiva na direção de Hicks antes de perceber que o que ele estava pensando em fazer não tinha qualquer relação com a realidade. Ao invés disso, tinha que expressar sua indignação verbalmente.


— Isso é um absurdo! Você não pode estar pensando em largar uma bomba nuclear sobre a colônia.

— Só um pouco — Hicks garantiu-lhe calmamente — mas sim.


— Eu estou dizendo a você pela última vez, que você não tem a autoridade para fazer algo como...

Seu discurso foi interrompido pelo som de um rifle M41A sendo destravado. Vasquez tinha a poderosa arma debaixo de seu braço direito. Não estava propriamente apontada na direção de Burke, mas também não estava longe disso. Sua expressão estava em branco. Ele sabia que ela não mudaria se decidisse perfurar seu peito.

Fim da discussão.

Sentou-se pesadamente em um dos lugares vazios que se alinhavam a parede.

— Vocês estão loucos — murmurou. — Sabem disso.

— Cara — Vasquez disse-lhe baixinho — por que mais alguém se juntaria aos Fuzileiros  Coloniais? — E olhou para o cabo. — Diga-me uma coisa, Hicks: Isso significa que eu posso alegar insanidade e atirar neste ‘mierda’? Se puder, eu gostaria de atirar nele. Não quero desperdiçar uma boa oportunidde de usar esta defesa.

— Ninguém vai atirar em ninguém — o oficial disse para ela com firmeza. — Vamos sair daqui.

Ripley encontrou seus olhos, e assentiu com a cabeça para em seguida sentar-se.
Colocou um braço reconfortante ao redor do único não participante consciente na discussão. Newt encostou-se ao seu ombro.

— Estamos indo para casa, querida — disse para a menina.

Agora que o curso de ação havia sido determinado, Hicks levou um momento para verificar o interior da APC. Entre o dano devido ao fogo e os furos por ácido alienígena, era algo claramente irrecuperável.

— Vamos ficar juntos. Hudson, me dê uma mão com o tenente.

O técnico olhou para a forma paralisada de seu comandante com desgosto indisfarçável.

— Vamos colocá-lo sentado na área de monitoramento e prendê-lo na cadeira? Ele vai se sentir em casa. Ainda está vivo, e nós temos que tirá-lo daqui.

— Sim, eu sei, eu sei. Não precisa me lembrar disso.

— Ripley, fique de olho na menina. Ela gosta de você, de qualquer maneira.

— O sentimento é mútuo — ela apertou Newt firmemente contra ela.

— Vasquez, pode cobrir-nos até a nave vir nos buscar?

Ela sorriu para ele, mostrando os dentes perfeitos. — Urso gosta de mel?

O cabo se virou para último membro humano da equipe. — Você vem conosco?

— Não seja engraçadinho — Burke resmungou.

— Não sou. Não aqui. Este não é um lugar para ser engraçado. — Ligou o microfone. — Bishop, você descobriu alguma coisa?

A voz do sintético encheu o compartimento de passageiros.

— Não muito. O equipamento colonial é básico. Fui tão longe quanto o possível com as ferramentas disponíveis.

— Não importa. Vamos embora. Embale tudo e encontre-nos na pista. Você dá conta? Não quero deixar aAPC até nossa carona estiver na aproximação final.

— Sem problemas. Tem estado tranquilo por aqui.

— Ok. Não traga o que não puder carregar facilmente.

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