domingo, 13 de setembro de 2015

Aliens - Alan Dean Foster (Parte 9)



Gorman escorregou para fora de seu cinto de voo e se dirigiu até o corredor em direção ao centro de operações táticas do APC. Burke e Ripley o seguiram, deixando os fuzileiros com suas tarefas.

Os três preencheram o espaço. Gorman deslizou por trás do console de controle, enquanto Burke assumiu uma posição atrás dele para que pudesse olhar por cima do ombro do tenente. Ripley ficou satisfeita ao ver que não havia nada de errado com as habilidades de Gorman. Ele pareceu aliviado por ter algo para fazer. Seus dedos fizeram surgir leituras nos monitores, como um organista extraia notas do teclado. A voz de Ferro chegou até eles a partir da cabine, levemente triunfante.

— Finalmente achei as balizas sinalizadoras. Sinal baixo, mas distinto. E as nuvens foram limpas o suficiente para  obter algum visual. Podemos ver Hadley.




Gorman falou. — Como ela parece?

— Como os folhetos — respondeu ela com sarcasmo. — A colônia de férias da galáxia. Construção massiva, suja. Algumas luzes acesas, então eles têm energia. Não posso dizer a esta distância se são de emergência. Não tem muito mais. Talvez seja a hora da sesta.

— Spunkmeyer, suas impressões?

— Não foram atacados. Integridade estrutural parece boa, mas isso é daqui de cima, olhando com quase nenhuma luz. Desculpe, mas estou ocupado demais para fazer uma varredura.

— Nós vamos cuidar disso pessoalmente.

Gorman voltou sua atenção para as múltiplas telas. Quanto mais se aproximavam, mais confiante ele parecia tornar-se. Talvez o medo de altura fosse a sua única fraqueza, Ripley meditou.

Além das telas táticas havia duas telas pequenas para cada soldado. Todas possuiam rótulos com seus nomes. O conjunto superior transmitia a visão das câmeras dos capacetes de batalha. Na parte inferior, as bio-leituras forneciam individualmente: EEG, ECG, frequência respiratória, funcionamento circulatório, acuidade visual, e assim por diante. Informação suficiente para quem estava monitorando as telas para construir um perfil fisiológico completa de cada soldado.



Acima e ao lado do conjunto de telas menores, monitores maiores ofereciam para aqueles dentro da APC uma vista completa do terreno exterior.

— Parece bom — murmurou para si mesmo e para seus observadores civis. — Todo mundo pronto!

Ripley notou que as leituras de pressão arterial estavam notavelmente estáveis. E as frequências cardíacas dos soldados mantinham-se por volta de 75.

Um dos pequenos monitores de vídeo exibia estática em vez de uma visão clara do interior do APC.

— Drake, verifique  a sua câmera! — Gorman ordenou. — Não estou recebendo imagem. Frost, me mostre o Drake. Pode ser um cabo partido.

A vista na tela ao lado de Drake se deslocou para revelar o rosto com capacete do operador da Smartgun. Assim que ele bateu na bateria ao lado da cabeça, sua tela estalou em foco instantaneamente.



— Está melhor. Vire um pouco.

Drake obedeceu.

— Aprendi isso na aula de tecnologia — ele informou aos ocupantes da baia de operações. — Tem que ter a certeza de que atingiu o lado esquerdo apenas, ou não funciona.

— O que acontece se você acertar o lado direito? — Perguntou Ripley curiosa.

— Você sobrecarrega o controle da pressão interna, que mantém o seu capacete preso em sua cabeça.

Ela podia ver Drake sorrindo na câmera de Frost.

— Seus globos oculares implodem e o cérebro explode.

— Que cérebro? — Vasquez soltou um bufo. Drake prontamente se inclinou para frente e tentou bater no lado direito de seu capacete.

Apone acalmou-os. Ele sabia que não importava o que estava errado com o capacete de Drake, porque o operador da Smartgun iria abandoná-lo na primeira chance que ele tivesse. Da mesma forma Vasquez. Drake iria aparecer em seu boné e Vasquez com sua bandana vermelha. Não havia regulamentação para capacetes de batalha. Os capacetes obstruíam o movimento das miras da arma. Apone não estava disposto a discutir com eles. Eles poderiam raspar seus crânios e lutarem careca, se quissessem, desde que disparassem em linha reta.

— Certo! Equipe de tiro, se preparem. Verifique os seus sistemas reservas e as fontes de energia. Alguém vai morrer se vocês vacilarem. Se algum bicho-papão não matá-los, eu vou. Vamos! Dois minutos — olhou para a direita. — Alguém acorde Hicks!



Algumas gargalhadas soaram entre os soldados.
Ripley teve de sorrir quando viu o biomonitor com o nome do oficial. As leituras indicaram um homem com o tédio. Segundo Apone era indicativo de sono profundo, sono REM. Sonhando com climas quentes, sem dúvida. Ela desejou poder relaxar assim. Era uma coisa que ela tinha sido capaz de fazer. Uma vez que esta viagem terminasse, talvez conseguisse novamente.

O interior do veículo viu uma nova onda de atividade como as mochilas foram vestidas e as armas apresentadas. Vasquez e Drake auxiliavam um ao outro com seus complexos arreios Smartgun.

A tela apontada para trás dava para aqueless na baia de operações, a mesma visão que Ferro e Spunkmeyer tinham. Diretamente à frente um vulcão de metal apontava seu cone perfeito para as nuvens, arrotando gás quente para o céu. O audio se encarregava de abafar o trovão do processador atmosférico.




— Quantos destes em Acheron? — Ripley perguntou para Burke.

— Esse é um dos trinta e pouco. Eu não poderia dizer-lhe quantos. Estão espalhados por todo o planeta  para proporcionar a melhor injeção na atmosfera. Cada um deles é totalmente automatizado, e controlados a partir da Central de Operações de Hadley. Sua produção é ajustada quando o ar se torna mais respirável. Eventualmente eles vão ser desligados. Até que isso aconteça, vão trabalhar contra o relógio por mais vinte ou trinta anos. São caros e confiáveis. Nós os fabricamos, a propósito.



A nave de desembarque era uma partícula à deriva ao lado da maciça torre.
Ripley ficou impressionada. Como todo mundo, cujo trabalho levou-os para o espaço, ela tinha ouvido sobre as grandes instalações de terraformação, mas nunca esperava ver uma pessoalmente.




Gorman cutucou os controles, girando o gerador de imagens externo ao redor e para baixo para revelar os telhados silenciosos da colônia.

— Mantenha em quarenta — ele ordenou a Ferro através do console. — Faça um círculo lento ao redor do complexo. Não acho que vamos detectar qualquer coisa daqui de cima, mas essa é a maneira como o regulamento diz para agir, então é assim que vamos fazê-lo.

— Posso fazer isso — respondeu o piloto. — Segurem-se! Pode balançar um pouco enquanto entramos em espiral. Não é uma atmosfera boa para vôos. Vai ser um pouso ruim. Manobras suborbitais não são o ponto alto do meu repertório.



— Basta fazer o que lhe mandam, Cabo.

— Sim, senhor... — Ferro acrescentou então algo demasiado baixo para o microfone decodificar. Ripley duvidava que fosse lisonjeiro.

Circularam em toda a cidade. Nada se movia entre os edifícios abaixo deles.
As poucas luzes que tinham visto de longe continuavam a brilhar.
O processador vibrava em segundo plano.

— Tudo parece intacto — comentou Burke. — Talvez algum tipo de praga tenha deixado todos em casa.

— Talvez.

Para Gorman as estruturas da colônia lembravam os destroços de antigas caravelas espalhadas pelo fundo do oceano.

— Ok — ele disse bruscamente para Apone. — Vamos conferir de perto!

De volta ao compartimento de passageiros, o sargento se levantou de seu assento e olhou para suas tropas, enquanto a naveta balançava no vendaval incessante de Acheron.

— Tá certo! Vocês ouviram o tenente. Eu quero uma boa dispersão desta vez. Prestem atenção a frente de você. Qualquer um que tropeçar nas botas de alguém vai voltar a nave.

— Isso é uma promessa? — Crowe parecia ter feito uma pergunta inocente.

— Ei, Crowe, você quer sua mamãe? — Wierzbowski sorriu para seu colega.

— Queria que ela estivesse aqui — respondeu o soldado. — Ela limparia o chão com você.

Vasquez deu uma cutucada em Ripley enquanto passava por ela.

— Você vai ficar no interior?

— Pode apostar.

— Que figura —  o operador Smartgun virou-se, deslocando sua atenção para a parte de trás da cabeça de Drake.

— Desça sessenta metros deste lado do mastro principal de telemetria.  — Gorman girou o controle do gerador de imagens. Nenhum sinal de vida abaixo. — Pouso imediato ao meu comando, em seguida, encontre uma nuvem macia e permaneçar na posição.

— Entendido! — Respondeu Ferro.

Apone estava atento ao cronômetro embutido na manga do traje.

— Dez segundos, pessoal. Estejam atentos!

A Bug Stomper desceu dentro de cento e cinquenta metros do perímetro da Colônia, suas luzes exteriores acenderam automaticamente, poderosos holofotes penetrando uma distância surpreendente na escuridão. O solo estava úmido com lixo varrido pelo vento, nada para perturbar a aterragem cuidadosamente cronometrada de Ferro.Pernas hidráulicas absorveram o choque de contato quando toneladas de metal acertaram o solo. Segundos depois, o APC rugiu para fora do compartimento de carga distanciando-se.

Mal tendo tocado a superfície de Acheron, os motores da naveta trovejaram, atirando-a de volta para o céu escuro.





Nada se materializou fora a sujeira para desafiar ou confrontar o APC, até o primeiro dos edifícios colónias silenciosos. Sprays de lama voavam debaixo das suas sólidas rodas blindados. O transporte desviou bruscamente à esquerda para dar acesso a equipe da entrada principal da cidade. Antes de alcançarem a porta entreaberta, Hudson atingiu o chão correndo. Seus companheiros estavam bem atrás dele. Se espalharam rapidamente, para cobrir tanto terreno, sem perder de vista um do outro.

A atenção de Apone estava voltada para a tela do intensificador de imagem de sua viseira que examinava os edifícios circundantes. O computador interno do escâner ampliava a luz disponível e limpava a imagem, resultando em uma imagem brilhante ainda que tenebrosamente colorida e cheia de contraste. Era o bastante.

A arquitetura colonial tendia a ser somente funcional. A organização do ambiente vinha depois. O vento açoitava o lixo entre os edifícios dos detritos que eram muito pesados para afastar. Um pedaço de metal balançava em uma base, batendo contra uma parede próxima. Algumas luzes piscavam.

A voz de Gorman soou seca em todos os comunicadores dos trajes de combate.

— Primeiro esquadrão em linha. Hicks, posicione seu pessoal entre a entrada e o APC. Cuidado com a retaguarda. Vasquez, vá à frente. Vamos entrar.



Uma fileira de soldados avançou sobre a entrada principal.
Ninguém esperava uma comissão de boas vindas, só ultrapassar o bloqueio e passar sem dificuldade, mas ainda assim foi de certa forma um choque, encontrar um par de tratores pesados estacionados  na frente da grande porta , barrando a entrada. Isso implicava num esforço consciente por parte daqueles de dentro para manter algo do lado de fora.


Vasquez alcançou as máquinas silenciosas primeiro que todos e fez uma pausa para olhar dentro da cabina do operador do trator mais próximo. Os controles tinham sido arrancados. Impassível, ela se espremeu entre as escavadeiras e comentou num tom fleumático.

— Parece que alguém usou um pé de cabra nos instrumentos.

Ela chegou à porta principal e acenou com a cabeça para a direita, onde Drake a ladeou. Apone chegou, examinou a barreira, e foi aos comandos das portas externas. Seus dedos tentaram cada combinação sabida por ele. Nenhuma das luzes indicadoras respondeu.

— Destruída? — Perguntou Drake.

— Selada. Há uma diferença. Hudson, ajude aqui. Precisamos contorná-la.

Sem piadas agora o técnico, todo concentrado, colocou a arma de lado e inclinou-se para examinar o painel da porta.

— É padrão — disse.

Usando de uma ferramenta de seu cinto, arrancou o revestimento para protecção contra intempéries e estudou a fiação.

— Dois segundos, Sargento.

Seus dedos hábeis em seus movimentos, apesar do vento e do frio, começaram a remendar do circuito arruinado. Apone e os outros esperavam e observavam.


— Primeiro pelotão — o sargento ordenou — comigo na entrada principal!

Uma placa rangia onde tinha se soltado do local onde estivera afixada. O vento uivava em torno deles, esbofeteando nervos mais do que corpos. Hudson fez a ligação. Duas luzes indicadoras piscaram irregularmente. Gemendo contra a poeira que havia acumulado em sua calha de guia, a grande porta deslizou  nos trilhos, aos trancos e barrancos, em sincronia com as luzes piscando. Estacou no meio do percurso. A abertura era mais do que o suficiente.


Apone acenou para Vasquez entrar. O focinho de sua Smartgun veio antes, então ela entrou. Seus companheiros a seguiram enquanto a voz de Gorman crepitava em seus fones de ouvido.

— Segunda equipe mova-se! Sigam juntos. O que parece, sargento?

Os olhos de Apone esquadrinharam o interior da estrutura em silêncio.

— Limpo até agora, senhor. Ninguém em casa!

— Certo. Segunda equipe, continue acompanhando o avanço.

O tenente parou um momento para olhar para cima e atrás dele.

— Você está bem, Ripley?

Derrepente ela ficou ciente de que estava respirando muito rápido, como se tivesse acabado de correr uma maratona ao invés de estar parada ali. Assentiu, com raiva de si mesma, com raiva de Gorman por sua preocupação.
Ele voltou sua atenção para o console.

Vasquez e Apone caminhavam pelo largo corredor deserto. Algumas luzes queimadas. Iluminação de emergência já começando a se enfraquecer. Não dava para saber quanto tempo as baterias tinham suportado. O vento os acompanhou assobiando baixo.

Poças de água no chão manchado. Mais adiante, a chuva escorria através de furos de explosões no teto. Apone inclinou a cabeça para trás de modo que sua câmera capacete gravaria a evidência do tiroteio e transmitiria de volta para a APC.


— Pulso-rifles — murmurou ele explicando os buracos irregulares. — Um tiroteio danado.

Na baía de operações, Ripley olhou atentamente para Burke.

— Pessoas doentes não correm disparando armas dentro de seu habitat. Pessoas com equipamento de comunicações inoperantes não saem por aí disparando também. Só uma coisa provoca coisas desse tipo.

Burke simplesmente deu de ombros e se virou para observar as telas.

Apone fez uma careta para os furos de explosão.

— Que porcaria!

Era uma opinião profissional, não estética. O sargento não podia tolerar um trabalho mal feito. Naturalmente, eles eram apenas colonos, lembrou. Engenheiros, técnicos estruturais. Nenhum soldado. Talvez um ou dois policiais. Não havia necessidade de soldados; até agora. E por que agora? O vento zombava dele. Procurou o corredor à frente, em busca de respostas e encontrando apenas escuridão.

— Andem!

Vasquez retomou seu avanço, com movimentos exatos, duros, qual um robô. Seu canhão Smartgun lentamente ia da esquerda para a direita e vice-versa, cobrindo cada centimetro à frente, a cada poucos segundos. Seus olhos estavam baixos, acompanhando as leituras do monitor de rastreamento da sua arma.



Passos ecoaram ao redor e atrás dela, mas à frente apenas o silêncio.

Gorman bateu um dedo num grande botão vermelho.

— Formem quatro grupos de dois. Segunda equipe, mova-se. Hicks, o nível superior. Usem seus rastreadores de movimento. Se alguém vir algo em movimento, avise.

Alguém se aventurou a sussurrar a capela um trecho final de Das Rheingold. Soou como Hudson, mas Ripley não podia ter certeza,. Ela tentava assistir a todos os monitores de câmeras individuais ao mesmo tempo. Cada canto escuro no interior do edifício era uma porta de entrada para o Inferno, cada sombra uma ameaça letal.

Teve que lutar para manter sua respiração estável.

Hicks levou sua equipe até uma escada deserta para o segundo nível da cidade. O corredor era uma imagem espelho do corredor diretamente abaixo, talvez um pouco mais estreito, mas tão vazio quanto. Ao menos havia uma vantagem: nada de vento.



Parado no meio dos outros soldados, puxou uma pequena caixa de metal com face de vidro e entranhas delicadas que, como a maioria do equipamento , tinha um exterior fortemente blindado. Apontou para o corredor e ajustou os controles. Um par de LEDs iluminaram-se brilhando. Os medidores estavam imóvel. Balançou-o lentamente da direita para a esquerda.



— Nada — relatou. — Nenhum movimento, nenhum sinal de vida.

— Continue — foi a resposta decepcionada de Gorman.

Hicks realizava o escaneamento a frente dele enquanto sua equipe cobria-o, a frente, atrás e dos lados. Passaram por quartos e escritórios. Algumas das portas estavam entreaberta, outras fechados. Os interiores eram semelhantes e desprovidos de surpresas.

Quanto mais longe, mais flagrante se tornava a evidência de luta. Móveis virados e papéis espalhados. Discos de armazenamento de computador insubstituíveis tinham sido pisoteados. Bens pessoais, enviados a grande custo ao longo de distâncias interestelares, tinham sido abandonados sem pensar, esmagados e quebrados. Livros de valor inestimável, de papel de verdade, rasgados e danificados em meio de poças da água que vazara dos canos congelados e dos buracos no teto.

— Parece com o meu quarto na faculdade.

Burke estava tentando ser engraçado. Não conseguiu.

Vários dos quartos pelos quais Hicks passou não tinham sido apenas virados de cabeça para baixo; tinham sido queimados. Listras pretas cauterizadas nas paredes. Em vários escritórios as janelas envidraçadas com material a prova de estilhaços, tinham sido arrancadas. Chuva e vento soprava pelas frestas. Hicks deu um passo dentro de um escritório para levantar uma bolhacha meio comida sobre uma listagem de serviço. Um copo de café nas proximidades transbordara com a água da chuva. Manchas escuras jaziam espalhadas pelo chão, flutuando como ácaros nas poças.

O grupo com Apone procurava sistematicamente no nível mais baixo, movendo-se em pares que funcionavam como organismos individuais. Passaram por quartos compactos, apartamentos dos colonos. Não havia muito para ver. Hudson manteve os olhos no seu escaneador ao lado de Vasquez, parando apenas o tempo suficiente para reparar em uma mancha em especial na parede. Não precisava de analisadores eletrônicos sofisticados para dizer-lhe o que era: sangue seco. Todos na APC também viram, mas ninguém disse nada.

O rastreador de Hudson soltou um bipe, o som explodiu alto no corredor vazio. Vasquez girou, com sua arma pronta. O rastreador e a operadora da Smartgun trocaram um olhar. Hudson balançou a cabeça, em seguida, caminhou lentamente em direção a uma porta entreaberta que fora parcialmente arrancada para fora de sua moldura. Furos produzidos por saraivadas marcavam a porta e as paredes.



Com o oficial técnico fora do caminho, Vasquez se esgueirou para perto da barreira em ruínas e chutou-a. Chegou tão perto quanto possível de disparar sem realmente desencadear uma onda de destruição no interior da sala.

Pendurada em uma massa de tubos flexível, uma caixa de junção balançou para frente e para trás como um pêndulo, impulsionada pelo vento de uma janela quebrada. A caixa de metal pesado bateu contra os trilhos da cama de beliche de uma criança.

Vasquez soltou um som gutural. — Detetores de movimento. Odeio eles!

Ambos voltaram para o corredor.

Ripley estava assistindo a imagem fornecida por Hicks. De repente, ela se inclinou para frente.

— Espere! Diga-lhe para...

De repente ficou ciente de que só Burke e Gorman podiam ouvi-la, e ela correu para conectar seu transmissor no plugue da rede de comunicações.

— Hicks, é Ripley. Eu vi alguma coisa em sua tela. Volte um pouco.



Ele obedeceu, e a imagem em seu monitor recuou.

— Aí! Agora para a esquerda!

Os dois homens que compartilhavam a baía de operações assistiram a imagem fornecida pela câmera do cabo se estabilizar em uma seção da parede cheia de buracos e estranhas depressões. Ripley gelou. Ela sabia o que tinha causado aquele padrão irregular de destruição.


Hicks desceu a luva sobre o metal. — Vê isso? Parece derretido.

— Derretido não — Ripley o corrigiu. — Corroído.




Burke olhou para ela, levantou uma sobrancelha. — Hmmm. Sangue ácido.

— Parece que alguém acertou um dos meninos de Ripley aqui — Hicks soou menos impressionado do que o representante da empresa.

Hudson fazia a sua própria inspeção de um quarto no andar inferior. Acenou para seus companheiros para se juntarem a ele. — Ei, vocês vão gostar disso, vão adorar.

Ripley e seus companheiros deslocaram a sua atenção para a imagem sendo retransmitida de volta para a APC pela câmera do soldado.

Ele estava olhando para baixo. Seus pés enquadrando um buraco. Quando se inclinou para frente ao longo da borda, viram outro buraco diretamente abaixo do primeiro e mais além, vagamente iluminado por sua luz capacete, uma seção do nível de manutenção. Tubos, condutas, cabos, tudo tinha sido comido pela ação de algum líquido feroz.


Apone chamou: — Segundo pelotão, fale comigo. Qual é o seu status?

Hicks respondeu: — Acabei de terminar nossa varredura. Não há ninguém em casa.

O sargento falou com os ocupantes da APC distante.

— O lugar está morto, senhor. Morto e deserto. Tudo está tranquilo em Hadley. O que quer que aconteceu aqui, perdemos.

— Tarde pra festa novamente — Drake chutou um pedaço de metal corroído para o lado.


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